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De lo ínfimo / Do ínfimo. María Joao Cantinho. 1963






De lo ínfimo

Nada sé sino de lo ínfimo
y del murmullo de las pequeñas cosas,
las que no llegan a palabra
como la sombra o el viento
dibujándose bajo los álamos,
en quieta reverberación.

Y nada sé, sino de ese canto
Invisible, más sueño que metáfora,
del tiempo que está en el fruto
o de lo que sabe ser sol, sin alarde
de lo breve y de su transcurso

Y nada sé de esa grandilocuencia
de los hombres, de sus promesas
y de los gestos infieles al corazón,
de esa palabra o exceso que mata
la perfección circular del instante.

Si es vida, sangre u oro,
nada sé, nada de nada
escondido que él está
en lo ínfimo y en la sombra. Oculto.



Do ínfimo



Não sei senão do ínfimo
e do murmúrio das pequenas coisas,
as que não chegam à palavra
como a sombra ou o vento
desenhando-se sob os álamos,
em quieta reverberação.

E nada sei, senão desse canto
Invisível, mais sonho que metáfora,
do tempo que é no fruto
ou do que sabe ser sol, sem alarde
do breve e da passagem. 


E nada sei dessa grandiloquência
dos homens, das suas promessas
e dos gestos que traem o coração,
dessa palavra ou excesso que mata
a perfeição circular do instante.

Se é vida, sangue ou oiro,
nada sei, nada de nada
escondido que ele é
no ínfimo e na sombra. Oculto.

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