imprimir página

Segundo Motivo da Rosa / Segundo Motivo de la Rosa. Cecilia Meireles. 1901 - 1964





Segundo Motivo da Rosa

(a Mário de Andrade)



Por mais que te celebre, não me escutas,

embora em forma e nácar te assemelhes

à concha soante, à musical orelha

que grava o mar nas íntimas volutas.

Deponho-te em cristal, defronte a espelho,

sem eco de cisternas ou de grutas...

Ausências e cegueiras absolutas

ofereces às vespas e às abelhas.

e a quem te adora, ó surda e silenciosa,

e cega e bela e interminável rosa,

que em tempo e aroma e verso te transmutas!

Sem terra nem estrelas brilhas, presa

a meu sonho, insensível à beleza

que és e não sabes, porque não me escutas...






Por mucho que te celebre, no me escuchas

aunque en forma y nácar te parezcas

a la concha resonante,a la musical oreja

que graba el mar en las íntimas volutas.

Te coloco en cristal, frente al espejo,

sin eco de cisternas o grutas ...

Ausencias y cegueras absolutas

ofreces a las avispas y las abejas.

y a quien te adora, oh sorda y silenciosa,

y ciega y bella y eterna rosa,

que en tiempo y aroma y verso te transmutas!

Sin tierra ni estrellas brillas, prisionera

en mi sueño, insensible a la belleza

que eres y no lo sabes, porque no me escuchas ...



No hay comentarios: