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Eugenio de Andrade 1923-2005. Passamos pelas coisas sem as ver. / Pasamos por las cosas sin mirarlas.






Passamos pelas coisas sem as ver,

gastos, como animais envelhecidos:

se alguém chama por nós não respondemos,

se alguém nos pede amor não estremecemos,

como frutos de sombra sem sabor,

vamos caindo ao chão, apodrecidos.



Pasamos por las cosas sin verlas,

gastados, como animales envejecidos:

si alguien nos llama no respondemos,

si alguien nos pide amor no nos estremecemos,

como frutos de sombra sin sabor,

vamos cayendo al suelo, podridos.



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