imprimir página

Luis Vaz de Camões. 1524. -.1580 Dai-me hũa lei, Senhora, de querer-vos / Dadme una ley, señora, de quereros,





Dai-me hũa lei, Senhora, de querer-vos,

Porque a guarde sob pena de enojar-vos;

Pois a fé que me obriga a tanto amar-vos

Fara que fique em lei de obedecer-vos.


Tudo me defendei, senão só ver-vos

E dentro na minha alma contemplar-vos;

Que se assi não chegar a contentar-vos,

Ao menos nunca chegue a aborrecer-vos.


E se essa condição cruel e esquiva

Que me deis lei de vida não consente,

Dai-ma, Senhora, ja, seja de morte.


Se nem essa me dais, he bem que viva,

Sem saber como vivo, tristemente;

Mas contente estarei com minha sorte.



Dadme una ley, señora, de quereros,

Que la guarde so pena de enojaros,

Pues la fe que me obliga a tanto amaros,

Hará que quede en ley de obedeceros.


Todo me prohibid menos el veros

Y en lo interior de mi alma contemplaros,

Porque si así no llego a contentaros,

Siquiera nunca llegue hasta ofenderos.


Y si esa condición cruel y esquiva

Que me deis ley de vida no consiente,

Dadme al menos, señora, ley de muerte.


Y si ni ésta me dais, justo es que viva,

Sin saber cómo vivo tristemente;

Mas al menos contento con mi suerte.



No hay comentarios: